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Exame de Cortisol – Para Que Serve e Como Fazer

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Você já ouviu falar no exame de cortisol? Não é um exame muito comumente solicitado pelos médicos, mas que pode fazer toda a diferença em certos diagnósticos, como para identificar doenças como a síndrome de Cushing e a síndrome de Addison, por exemplo.

Por se tratar de um hormônio, alterações nos níveis de cortisol podem indicar alguns problemas de saúde e não apenas um nível alterado de estresse. Quer saber para que serve o exame de cortisol e o que os seus resultados significam? Então vamos lá.

Cortisol

O cortisol ou cortisona é um hormônio esteroide que é produzido naturalmente pelas glândulas suprarrenais que ficam logo acima dos nossos rins.

Conhecido também como o hormônio do estresse, o cortisol tende a ser liberado no organismo quando o nosso corpo percebe alguma ameaça. Ou seja, ele é liberado em maiores quantidades quando estamos em perigo ou sob estresse. Nesses casos, o nosso cérebro libera uma substância chamada de hormônio adrenocorticotrófico, que envia um sinal para que as glândulas suprarrenais liberem cortisol e adrenalina para alertar o corpo para uma situação “perigosa”.

Esse é um mecanismo natural do nosso organismo que serve para nos proteger. Toda vez que enfrentamos uma situação estressante ou considerada perigosa para o corpo (como um cachorro bravo latindo ou um susto que tomamos, por exemplo), ocorre a liberação de cortisol, que gera um pico de energia e força para que possamos “fugir” daquela situação. É o que os especialistas chamam de “resposta de luta e fuga”, um momento em que o corpo se prepara para lutar contra a ameaça ou fugir dela.

Para obter o pico de energia extra, os níveis altos de cortisol suprimem outras funções menos importantes no momento. Ou seja, ele bloqueia todas as funções que não são vitais para que você tenha energia o suficiente para “lutar ou fugir”. Alguns exemplos incluem:

  • Supressão do sistema digestivo;
  • Supressão do sistema reprodutivo;
  • Alteração na resposta do sistema imunológico;
  • Supressão do processo de crescimento.

Por conta dessas e de outras alterações, alguns sintomas que podem ser observados quando os níveis de cortisol estão elevados são:

  • Boca seca;
  • Dor de estômago;
  • Frequência cardíaca acelerada;
  • Diarreia;
  • Sensação de pânico.

O cortisol acaba afetando praticamente todos os órgãos e tecidos do corpo, e variações de quantidades desse hormônio no organismo são normais. No entanto, quando o nível de cortisol está frequentemente alterado, isso pode indicar alguns problemas de saúde.

Exame de cortisol – Para que serve

Além de ajudar o corpo a lidar com o estresse, níveis adequados de cortisol no organismo ajudam a:

  • Combater infecções;
  • Regular a pressão arterial;
  • Manter os níveis de açúcar no sangue normais;
  • Regular o metabolismo em geral como o sistema digestivo, o sistema nervoso e o sistema imunológico.

Os níveis de cortisol podem ser alterados por causa de vários fatores, incluindo estresse físico ou emocional, infecções, lesões ou atividades exaustivas. Assim, o exame de cortisol serve para diagnosticar problemas de saúde como doenças que envolvem alterações hormonais e até problemas emocionais.

Como fazer o exame de cortisol

O exame de cortisol pode ser feito através de um exame de sangue, de urina ou de saliva, nos quais são medidos os níveis de cortisol encontrados.

Em geral, os níveis de cortisol são mais altos durante a manhã e caem no fim do dia e durante o sono. Dessa forma, se o médico suspeitar que seu corpo está produzindo muito cortisol, ele deve solicitar um exame que deve ser feito ao final do dia, período no qual os níveis tendem a ser mais baixos.

Já se ele achar que seu corpo está produzindo pouco cortisol, o teste normalmente é feito pela manhã quando o cortisol deveria estar mais alto. Em alguns casos, o exame pode ser solicitado em dois períodos do dia para uma análise mais completa.

Pessoas que trabalham à noite e têm horários diferentes de sono podem ter esse padrão alterado. Por isso, é muito importante que o médico se atente a esses detalhes antes de determinar o horário que você deve fazer o exame de cortisol e durante a análise dos resultados.

Preparatório para o exame de cortisol

exame de cortisol

Não é preciso fazer jejum para realizar o exame. No entanto, existem alguns medicamentos ou suplementos que podem afetar os seus resultados. Se for possível e não for prejudicar a sua saúde, o médico pode solicitar que você mude o horário de tomar esses medicamentos por alguns dias.

Alguns remédios que podem aumentar os níveis de cortisona e afetar o resultado do teste são:

  • Remédios que contêm estrogênio;
  • Glicocorticoides sintéticos como a prednisona.

Medicamentos que podem diminuir os níveis de cortisol incluem:

  • Medicamentos que contêm hormônios andrógenos;
  • Fenitoína.

Os níveis de cortisol também podem ser afetados por condições como gravidez, estresse físico ou estresse emocional.

Teste de saliva

O teste de saliva apresenta 90% de precisão no diagnóstico da síndrome de Cushing, doença em que as glândulas suprarrenais são hiperativas e produzem mais hormônios do que o necessário. Neste teste, apenas o cortisol livre será medido, que representa apenas 1% da quantidade total de cortisol encontrado no organismo. Assim, qualquer excesso em relação aos níveis normais deve ser investigado, pois pode ser um sinal de doenças.

Esse exame deve ser feito à noite, antes de se deitar, já que os níveis de cortisol são mais baixos no período noturno. Apresentar um alto nível de cortisol perto da meia-noite pode indicar uma doença.

Por causa do horário, o médico provavelmente te dará um tubo em que você deve cuspir a saliva ou em que deve colocar um cotonete após inseri-lo na boca logo antes de dormir. Depois disso, basta deixar o recipiente fechado e bem
armazenado para enviar para o laboratório. Em algumas semanas, o resultado fica pronto.

As instruções básicas relacionadas ao exame são:

  • Não comer, beber ou escovar os dentes entre 15 a 30 minutos antes do teste;
  • Coletar a amostra entre as 23:00 e meia noite ou de acordo com orientações médicas;
  • Colocar o cotonete na boca até que ele fique coberto de saliva por cerca de 2 minutos;
  • Não tocar na ponta dos cotonetes com os dedos;
  • Colocar o cotonete dentro do recipiente e levar ao laboratório no dia seguinte.

O teste também pode ser comprado em algumas farmácias, mas os seus resultados não são tão precisos.

Teste de urina

O teste de urina é muito simples. Basta urinar em um recipiente fornecido pelo laboratório descartando o primeiro jato de xixi e coletando o restante até a marca do frasco. Para um diagnóstico mais preciso, pode ser que o laboratório te forneça vários frascos para que você colete a urina durante um dia inteiro e marque o horário em que a coleta foi feita e no dia seguinte leve todos os recipientes ao laboratório.

Nesse exame, também será medido o cortisol livre, ou seja, aquele que não está ligado a nenhuma proteína e se encontra livre na urina.

As recomendações gerais incluem:

  • Coletar a urina assim que acordar;
  • Coletar todas a urina durante as próximas 24 horas;
  • Registrar o horário em todos os frascos no momento da
    coleta;
  • Guardar a urina em frascos fornecidos pelo laboratório e
    manter todos refrigerados em uma geladeira ou recipiente térmico com gelo.

Teste de sangue

O exame de sangue pode ser solicitado duas vezes ao dia, sendo a primeira coleta realizada por volta das 8:00 da manhã e a outra no fim da tarde por volta das 16:00.

A grande vantagem do exame de sangue em relação aos outros 2 testes é que ele é capaz de medir os níveis de cortisol total e não só o cortisol livre. Além disso, é possível avaliar os níveis de outros hormônios em um único exame.

Porém, se o paciente for sensível a agulhas, pode ser que no momento da coleta ele fique estressado e seus níveis de cortisol se alterem, o que pode interferir nos resultados.

Embora possa ocorrer sangramento excessivo, hematomas ou uma leve tontura, o exame de sangue é considerado seguro e tais efeitos adversos são raramente observados. No entanto, se você tem tendência a desmaiar ou passar muito mal durante um exame de sangue, pode ser que os testes de saliva e de urina sejam melhores para você.

Análise dos resultados

Além do exame de cortisol, outros exames complementares podem ser solicitados pelo médico para completar o diagnóstico, como uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética para que ele possa observar as glândulas suprarrenais e as pituitárias através de uma imagem.

Em geral, níveis altos de cortisol podem indicar a síndrome de Cushing, enquanto que os níveis baixos do hormônio podem sugerir que o paciente sofra de doença de Addison ou outro distúrbio.

É importante analisar o quadro geral já que o uso de certos medicamentos e algumas condições como a gravidez e o estresse podem alterar os resultados.

Níveis de referência

Os resultados considerados normais para uma amostra de sangue coletada pela manhã devem estar no intervalo entre 6 a 23 microgramas por decilitro de sangue. O resultado pode ter pequenas variações, dependendo do laboratório.

Interpretação do exame

Além da síndrome de Cushing, níveis elevados de cortisol podem indicar:

  • Crescimento excessivo ou tumor na glândula pituitária;
  • Distúrbios na glândula pituitária ou adrenal;
  • Tumor na glândula adrenal;
  • Tumor em qualquer parte do corpo que afeta a produção de
    cortisol como a hipófise.

Níveis abaixo dos valores de referência de cortisol podem sugerir:

  • Doença de Addison devido à produção baixa de cortisol pelas glândulas suprarrenais;
  • Hipopituitarismo em que a produção de cortisol é afetada devido a uma falha da glândula pituitária que não envia sinais as glândulas suprarrenais de que é preciso produzir mais cortisona.

Para ajudar no diagnóstico, é preciso prestar atenção aos sintomas dessas doenças. Os sintomas da síndrome de Cushing, por exemplo, incluem:

  • Obesidade;
  • Glicose elevada no sangue;
  • Fraqueza muscular;
  • Pressão arterial elevada;
  • Pele sensível que se machuca com facilidade;
  • Mulheres com períodos menstruais irregulares ou excesso de pelos no rosto.

Os sintomas da doença de Addison podem incluir:

  • Fadiga;
  • Perda de peso;
  • Dor abdominal;
  • Diarreia;
  • Náusea e vômito;
  • Manchas escuras na pele;
  • Pressão arterial baixa;
  • Perda de pelos no corpo.

Algumas vezes, uma crise adrenal pode ocorrer se os níveis de cortisol estiverem extremamente baixos. Para identificar uma crise adrenal, é importante atentar para os sintomas abaixo e buscar ajuda médica imediatamente:

  • Vômito constante;
  • Diarreia constante;
  • Pressão arterial muito baixa;
  • Desidratação;
  • Confusão mental;
  • Dor súbita e intensa na região do abdômen, na parte inferior das costas e nas pernas;
  • Desmaio.

Considerações finais

O exame de cortisol não é um teste comumente solicitado pelos médicos, mas que pode indicar que há problemas na produção hormonal. Os níveis de cortisol podem ser normalizados, na maioria dos casos, através de uma alimentação equilibrada e da adoção de hábitos que reduzam o estresse.

Quando o diagnóstico confirmar a presença de alguma doença como síndrome de Cushing ou da doença de Addison, por exemplo, é importante seguir as orientações médicas para tratar o distúrbio. A síndrome de Cushing geralmente é tratada com o uso de medicamentos para reduzir os níveis de cortisol, enquanto que a doença de Addison deve ser controlada através da reposição hormonal.

Além de confiar no seu médico e seguir todas as recomendações, é preciso monitorar se os níveis de cortisol estão voltando ao normal por meio de exames periódicos.

Referências adicionais:

Veja também: Impingem o que é

Você já fez alguma vez um exame de cortisol e teve alguma condição diagnosticada? Que tratamento foi recomendado pelo médico? Comente abaixo!

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Quanto Mais Flexões Você Consegue Fazer, Menor o Risco de Doenças Cardiovasculares

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Um novo estudo sugere que quanto mais flexões um homem consegue fazer, menor é o seu risco cardiovascular e vice-versa.

Estas constatações podem estabelecer uma nova medida de avaliação de risco que é simples e não requer equipamentos especializados e caros.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a cada ano há 17,9 milhões de mortes por doenças cardiovasculares (DCVs), responsáveis por aproximadamente 31% das mortes globais.

Muitos dos fatores que aumentam o risco de DCVs são modificáveis, principalmente uma dieta não saudável, falta de atividade física, tabagismo ou consumo frequente de álcool.

A importância de fazer flexões para a aptidão física

A ligação entre o exercício físico – particularmente a aptidão física – e as DCV, portanto, não é nova.

No entanto, os métodos atuais de avaliar corretamente a aptidão física em relação ao risco cardiovascular, como o teste de esforço cardíaco na esteira, são caros e podem levar um bom tempo para serem conduzidos.

Agora, os resultados de um novo estudo da Harvard T.H. Chan School of Public Health, em Boston, EUA, podem permitir que os médicos estimem o risco com mais facilidade, com base simplesmente na capacidade de uma pessoa de realizar várias flexões.

Os resultados, que aparecem no JAMA Network Open, indicam que homens fisicamente ativos que são capazes de fazer mais de 40 flexões podem ter um risco menor de doenças cardiovasculares do que os que conseguem completar uma menor quantidade de flexões.

“Nossas descobertas fornecem evidências de que a capacidade de fazer flexões pode ser um método fácil e gratuito para ajudar a avaliar o risco de doença cardiovascular em quase todos os cenários”, diz Justin Yang, MD.

“Surpreendentemente, a capacidade de flexão foi mais fortemente associada ao risco de doença cardiovascular do que os resultados de testes de esforço na esteira”, acrescenta.

Quanto mais flexões você puder fazer, melhor

No estudo – que é provavelmente o primeiro do gênero -, a equipe de pesquisa coletou e analisou as informações de saúde de 1.104 bombeiros homens ativos com média de idade de 39,6 e média de IMC de 28,7.

Estes dados cobriram um período de 10 anos, entre 2000 e 2010.

No início do estudo, os pesquisadores mediram a capacidade de fazer flexão e a tolerância submáxima do exercício em esteira de cada participante.

Dados relevantes restantes através do exame físico anual

Os investigadores reuniram os dados relevantes restantes através do exame físico anual dos participantes e pedindo-lhes para preencher uma série de questionários médicos.

Ao longo do período de 10 anos, os pesquisadores registraram 37 eventos relacionados a doenças cardiovasculares nos voluntários.

Notavelmente, todos, exceto um desses resultados, ocorreram em homens que conseguiram fazer 40 ou menos flexões no início do estudo.

A análise dos pesquisadores revelou que os participantes que tinham sido capazes de fazer mais de 40 flexões iniciais tinham um risco cardiovascular 96% menor do que os homens que haviam completado 10 ou menos flexões.

Capacidade de Flexão

Além disso, segundo a equipe, a capacidade de flexão tem uma ligação mais forte com menor risco de DCVs até mesmo do que a capacidade aeróbica, que é medida através do teste de esforço na esteira.

No entanto, os pesquisadores alertam que, como sua corte de participantes era composta de indivíduos de um grupo específico – homens ativos na casa dos 30 a 40 anos – os resultados podem não se aplicar às mulheres ou aos homens mais velhos, mais jovens ou menos ativos fisicamente do que os participantes da pesquisa (que vale lembrar, eram bombeiros).

Este estudo enfatiza a importância da aptidão física na saúde

Ainda assim, as descobertas atuais continuam sendo importantes para estabelecer a ligação entre a saúde cardiovascular e o exercício físico, afirmam os pesquisadores.

“Este estudo enfatiza a importância da aptidão física na saúde e por que os médicos devem avaliar a aptidão durante as consultas clínicas”, concluiu o autor sênior do estudo, prof. Stefanos Kales.

Você consegue fazer quantas flexões em média? Acredita que isso pode realmente refletir o seu risco de doenças cardiovasculares? Comente abaixo!

VEJA TAMBÉM:

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